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Centro de Informação em Saúde para Viajantes


Dengue: Rio de Janeiro, 2008

A epidemia de dengue que ocorreu no Estado do Rio de Janeiro em 2008 foi causada pelos vírus tipo 2 (principalmente) e 3. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil, em 2008 (até 15 de outubro) foram registrados no Rio de Janeiro 249.734 casos de dengue (14.309 em janeiro, 21.573 em fevereiro, 69.378 em março, 102.031 em abril, 31.508 em maio, 7.622 em junho, 2.348 em julho, 776 em agosto, 188 em setembro e 1 em outubro). agosto). A maioria dos casos ocorreu nos municípios do Rio de Janeiro (125.988) [para números atualizados relativos ao Rio, ver dados da Secretaria Municipal de Saúde], Nova Iguaçu (18.882), Campos dos Goytacazes (17.319), Duque de Caxias (15.345), Angra dos Reis (11.008), Belford Roxo (7.340), Niterói (6.846), São João de Meriti (6.658), Magé (3.426) e Itaboraí (3.254). Foram confirmados 174 óbitos (143 ainda estão sendo investigados), dos quais 36% ocorreram em pessoas com até 15 anos anos de idade.

O dengue* é uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aëdes aegypti) que pica apenas durante o dia. A infecção pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4, este último ainda não registrado no Rio de Janeiro) do vírus do dengue, que produzem as mesmas manifestações. É importante procurar um Serviço de Saúde logo no começo das manifestações. Diversas doenças são muito parecidas com o dengue, e têm outro tipo de tratamento. No dengue, em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de apetite e, por vezes, náuseas e vômitos.  Podem aparecer manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido (coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento (em geral no nariz ou nas gengivas). O dengue não é transmitido diretamente de uma pessoa para outra. O diagnóstico inicial de dengue é clínico (história + exame físico da pessoa) feito essencialmente por exclusão de outras doenças. É extremamente importante, por exemplo, saber se a pessoa não está com doença meningocócica ou leptospirose que são tratáveis com antibióticos. Cabe aos governantes a responsabilidade de estabelecer previamente (afinal, esta não é a primeira epidemia) condições tecnicamente adequadas para o atendimento da população.

O dengue não tem tratamento específico. Quando não há dúvida clínica que a pessoa tem dengue e o caso não é grave, o médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, basicamente com anti-térmicos e reidratação oral que deve ser iniciada o mais rápido possível. É importante não tomar remédios sem prescrição médica, uma vez que todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns podem até agravar a doença. Durante a consulta deve ser informado ao médico o uso prévio de qualquer tipo de medicamento. .

Quando está ocorrendo epidemias de dengue deve ser feita a aplicação de inseticida através do "fumacê", para reduzir a população de Aëdes aegypti adultos. O "fumacê" é útil apenas durante as epidemias, uma vez que a aplicação de inseticidas não acaba com os criadouros e, o que é indesejável, precisaria ser constantemente empregada para eliminar os novos mosquitos que se formam a partir das larvas. Para evitar a proliferação de novos mosquitos transmissores do dengue é recomendado não deixar qualquer objeto que possa acumular água exposto à chuva (o que necessariamente faz com que a coleta de lixo também seja essencial). Qualquer recipiente contendo água (como caixas d'água) deve ser cuidadosamente limpo e tampado. O viajante (ou o residente em áreas de transmissão) - principalmente em períodos de epidemia - deve usar, sempre que possível, calças e camisas de manga comprida, e repelentes contra insetos à base de DEET (dietiltoluamida) ou picaridina (= icaridina) nas áreas expostas do corpo, não ultrapassando a concentração máxima recomendada para cada substância (repelentes não devem ser utilizados em crianças com idade menor que dois meses). Como frequência de uso depende da concentração, antes de adquirir um repelente, é importante certificar-se da concentração de DEET (ou picaridina) no produto e seguir as instruções do fabricante. Em hipótese alguma devem ser utilizados inseticidas na pele. Em períodos de epidemia os inseticidas podem ser empregados nas habitações durante dia, através de espirais ou dispositivos elétricos de liberação prolongada. A utilização de "mosquiteiros", também durante o dia, pode ser útil para proteger crianças de berço ou pessoas que estejam acamadas.

Disponível em 23/03/2008, 23:05 h. Atualizado 05/08/2008, 21:36 h

* O Cives utiliza a palavra dengue como substantivo masculino, tal como registrado na maioria dos textos da literatura técnica médica desde que a doença foi descrita no Brasil.
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