Entre 22 de fevereiro
e 24 de abril de 2009, o Estado de São Paulo registrou 72
notificações de casos suspeitos de febre
amarela*. O
diagnóstico foi confirmado em 25 destes casos (9 com
evolução para óbito) e 2 ainda estão em
investigação. A doença,
provavelmente, foi adquirida em áreas rurais dos
municípios de Buri (3 casos), Itatinga/Avaré (4 casos),
Sarutaiá
(6 casos) e Piraju (12 casos). A área
de risco do Estado de São Paulo foi ampliada (total => 374 municípios)
para incluir
os municípios
afetados e os municípios vizinhos.
A
transmissão
silvestre da
febre
amarela
é feita por intermédio de mosquitos do
gênero
Haemagoggus
e
Sabethes. O ciclo
silvestre
do
vírus
é mantido pela infecção de macacos e da
transmissão
transovariana do vírus no próprio mosquito. A
infecção
humana ocorre quando uma pessoa
não
imunizada entra em
áreas
de florestas. Uma vez infectada, a pessoa pode ao retornar tornar-se
uma
fonte de infecção para o
Aëdes aegypti, o
mesmo
mosquito que transmite o
dengue.
Uma vez infectado, o
Aëdes
aegypti poderia então iniciar a transmissão da
febre
amarela em áreas
urbanas. Esse risco pode ser
significativamente reduzido com
a
vacinação
de viajantes (não vacinados ou vacinados há mais de 10
anos) pelo menos
10 dias antes da entrada em
áreas de risco de transmissão
silvestre e
"
rural" da
febre
amarela,
e, em áreas urbanas, com
o combate efetivo aos
Aëdes e com a
gradativa
e
sistemática vacinação das
populações. Além
da
vacina
contra a febre amarela,
observadas
as contra-indicações, o
Cives
recomenda que sejam criteriosamente seguidas as medidas
de proteção contra as
doenças
transmitidas por
insetos.
As manifestações da
febre
amarela não dependem do local de
transmissão.
Não existe um tipo de
febre
amarela "silvestre" e outro "urbano", mas
transmissão
"silvestre" e
transmissão "urbana". A doença
é
uma só. A diferença está apenas nos transmissores
e no local geográfico de aquisição da
infecção. O
vírus e a evolução clínica são
idênticos.
A maioria dos casos da infecção
pelo vírus da
febre
amarela apresenta
manifestações leves ou inexistentes.
São,
portanto, difíceis de serem
reconhecidos e
diagnosticados,
mas nem por isso deixam de ser uma fonte de infecção para
o
Aëdes aegypti. No entanto, cerca de 15% das pessoas que
desenvolvem manifestações da
febre
amarela apresentam formas graves e, destas, até 50%
evoluem para óbito. Em razão disto, é
necessário ampliar a
capacidade
do sistema de vigilância para torná-lo capaz de detectar
também
os casos menos exuberantes.