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Cives
Centro de Informação em Saúde para Viajantes |
Terezinha Marta PP Castiñeiras,
Luciana GF Pedro
& Fernando SV Martins
A rubéola é uma doença infecciosa
imunoprevenível de transmissão respiratória. A
infecção é causada pelo vírus da rubéola
que, freqüentemente, produz
manifestações discretas ou ausentes
(assintomática). A doença geralmente tem
evolução benigna e é mais comum em
crianças, mas pode ocorrer em adultos
susceptíveis (não imunes). Durante a gravidez, a
infecção pelo vírus da rubéola pode
resultar em aborto, parto prematuro e mal-formações
congênitas. Como regra geral, a imunidade
é permanente, ou seja, a rubéola ocorre
apenas uma vez na vida.
Transmissão
Riscos
A rubéola tem
distribuição universal e
variação
sazonal, com predomínio de casos na primavera. Ainda é
uma doença comum na maioria dos países em
desenvolvimento, observando-se surtos
a cada
Região/Ano |
1997 |
1998 |
1999 |
2000 |
2001 |
2002 |
2003 |
2004 |
2005* |
Total |
Norte |
520 |
668 |
3.919 |
3.404 |
267 |
62 |
42 |
37 |
26 |
8.945 |
Nordeste |
2.808 |
697 |
4.785 |
6.781 |
1.862 |
356 |
105 |
80 |
75 |
17.549 |
Sudeste |
21.442 |
2.733 |
3.193 |
4.498 |
3.245 |
662 |
359 |
275 |
151 |
36.558 |
Sul |
4.823 |
1.392 |
462 |
321 |
156 |
152 |
25 |
29 |
26 |
7.386 |
Centro-Oeste |
3.232 |
1.304 |
2.143 |
409 |
337 |
248 |
32 |
24 |
48 |
7.777 |
Total |
32.825 |
6.794 |
14.502 |
15.413 |
5.867 |
1.480 |
563 |
445 |
326 |
78.215 |
A medida se proteção mais
importante contra a rubéola
é a vacinação, que confere imunidade contra a
infecção em mais de 95% das pessoas. A vacina é
produzida com vírus
atenuados e pode conter
exclusivamente o vírus da rubéola ou
também incluir o vírus do sarampo
("dupla
viral" ou SR) e, adicionalmente, o vírus da caxumba ("tríplice
viral", SRC ou MMR).
O principal
objetivo da vacinação é evitar a rubéola congênita e,
adicionalmente, a ocorrência de complicações graves
da doença. A vacinação contra rubéola,
necessariamente, deve incluir pessoas do sexo masculino, inclusive
adultos, para evitar que sirvam de fontes de infecção
para outros indivíduos. A realização de testes
sorológicos antes da aplicação da vacina contra a rubéola é,
geralmente, desnecessária.
A vacina contra a rubéola,
como qualquer outra, pode ter contra-indicações
e produzir efeitos
colaterais, em geral pouco freqüentes e desprovidos de
gravidade. Como todas as vacinas produzidas com vírus atenuados,
está contra-indicada
durante a gestação. Como regra geral, pelo mesmo motivo,
também não deve ser utilizada em
imunodeficientes, exceto em
situações especiais e com avaliação
médica. No Brasil, a partir de 1992 com a
implementação do Plano de Nacional de
Eliminação do Sarampo, as
vacinas combinadas (SR,
MMR)
passaram a ser utilizadas na Rede Pública,
resultando uma redução significativa do número dos
casos de rubéola
e de sarampo.
No Calendário
de Vacinação atual está prevista a
aplicação da MMR
para
crianças em duas doses, a primeira aos doze meses e a
segunda entre 4 e 6 anos. A vacina também está
disponível nos Centros
Municipais de Saúde, em dose única, para
adolescentes e adultos (mulheres
até 49 anos e homens até 39 anos). Em razão do
risco de rubéola
congênita, a vacinação é particularmente importante
para mulheres em idade fértil, mesmo as que tenham
história de "rubéola"
sem comprovação sorológica da
infecção. Embora o risco de teratogênese
(mal-formações congênitas) com o vírus
vacinal pareça ser pequeno, a gravidez deve ser evitada durante,
pelo menos, os 30 dias seguintes à aplicação da
vacina. Para reduzir as chances de infecção de pessoas
que tenham contra-indicações (como gestantes e
imunodeficientes), os contactantes podem
e devem ser vacinados contra
a rubéola (inclusive
com a MMR),
uma vez que o vírus vacinal não é
transmissível.
Todos os casos com suspeita diagnóstica de rubéola devem ser notificados ao Centro Municipal de Saúde mais próximo, para que possam ser adotadas, em tempo hábil, medidas que diminuam o risco de disseminação da infecção para a população. A MMR pode ser utilizada para bloqueio de surtos ou epidemias de rubéola (ou de sarampo, ou de caxumba), com o objetivo de proteger os indivíduos não imunes, ou seja, os que nunca tiveram rubéola e os que ainda não tenham sido vacinados de forma adequada. A vacinação precoce (feita até 72 horas depois do contato), pode impedir o desenvolvimento do sarampo, porém não é capaz de evitar a rubéola e nem a caxumba. Entretanto, também os contactantes não imunes de pessoas com rubéola ou com caxumba sempre devem ser vacinados o mais precocemente possível, uma vez que a transmissão poderá ainda não ter ocorrido e é prudente evitar a possibilidade de infecções futuras.
A evidência de imunidade contra rubéola é dada pela comprovação sorológica da infecção ou pela imunização (Rubéola, SR ou MMR) documentada com o Cartão de Vacinação. A história de "rubéola" com diagnóstico exclusivamente clínico, sem comprovação sorológica, não permite presumir com grau de certeza razoável a existência de imunidade contra a doença. O Cives recomenda que o viajante não vacinado, que não tenha comprovação sorológica de imunidade, observando-se as contra-indicações, receba a vacina ou, eventualmente, realize exames laboratoriais para verificar a imunidade contra rubéola.
Manifestações
A
infecção pelo vírus da rubéola pode
ser
assintomática em até 50% dos casos. As
manifestações clínicas, quando ocorrem, surgem
entre
Em cerca de 70% das
mulheres adultas com rubéola,
ocorre artralgia
e artrite (dor
e inflamação nas articulações), que
são raras em homens e
crianças. As manifestações articulares podem durar
até um mês e, mais comumente, comprometem os dedos,
os punhos e os joelhos.
A síndrome da rubéola congênita foi descrita em 1941 na Austrália. A infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação, principalmente no primeiro trimestre, pode causar aborto, morte fetal, parto prematuro e mal-formações congênitas. Quando a infecção ocorre durante a embriogênese (primeiro trimestre), cerca de 80% das crianças podem nascer com a síndrome da rubéola congênita. As mal-formações podem ser graves, com comprometimento ocular (catarata, glaucoma, microftalmia), auditivo (surdez total), cardíaco (persistência do canal arterial, defeitos de septo) e neurológico (retardo mental, microcefalia) ou resultar em manifestações discretas, como deficit auditivo parcial ou pequenos defeitos cardíacos. Algumas manifestações, como diabetes, podem surgir de dois a quatro anos após o nascimento. Quando a infecção ocorre após o quarto mês de gestação, a deficiência auditiva pode ser a única manifestação da rubéola congênita. Os riscos da síndrome da rubéola congênita são praticamente inexistentes se a infecção ocorre durante o último trimestre de gestação. A Organização Mundial da Saúde estima a ocorrência de 700.000 óbitos por ano no mundo relacionados à rubéola congênita.
Tratamento
Disponível em 08/10/2006, 21:34 h. Atualizado em 12/11/2006, 09:04 h.
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