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Cives
Centro de
Informação em Saúde para Viajantes
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Doenças
Sexualmente
Transmissíveis
Luciana
GF
Pedro, Terezinha Marta PP Castiñeiras & Fernando SV Martins
As
doenças sexualmente
transmissíveis (DST) representam importante problema de
saúde pública e estima-se a
ocorrência de cerca de 330 milhões de novos casos por ano
no mundo. A
prática de atividades sexuais desprotegidas é mais
freqüente
durante as viagens e risco de
aquisição
depende exclusivamente
do comportamento do viajante. Até 50%
dos viajantes referem contato sexual durante viagens e esta
proporção
é ainda maior nas viagens de longa duração. A sensação
de
anonimato e o uso de bebidas alcoólicas ou drogas
ilícitas
podem diminuir a capacidade de julgamento do indivíduo,
facilitando
a prática desprotegida de atividades sexuais com parceiros
(homens
ou mulheres) de maior risco, como os profissionais do sexo. Os riscos, embora sejam maiores nos
países em desenvolvimento, existem
em todo o mundo, principalmente onde a
prática do turismo sexual é comum.
As doenças sexualmente
transmissíveis possuem
amplo espectro de manifestações e, por vezes, permanecem
"silenciosas" (assintomáticas) por meses ou anos e a
ausência de alterações
nos órgãos genitais não afasta a possibilidade do
indivíduo ser
um portador. As
manifestações clínicas iniciais, quando presentes,
são
caracterizadas pelo aparecimento de úlceras
ou lesões verrucosas
geralmente na região genital ou corrimento uretral nos homens e
cervical nas mulheres. As úlceras
podem ser únicas ou
múltiplas, dolorosas ou não e podem, em alguns casos,
evoluir com
resolução espontânea, embora isso não
signifique a cura da
doença. As lesões na região genital podem passar
desapercebidas,
principalmente nas mulheres, pois podem estar localizadas no canal
vaginal ou no colo do útero. Quando não detectadas e tratadas,
podem resultar em conseqüências desastrosas, como
infertilidade (gonorréia,
infecções por Chlamydia),
deformidades (lesões verrucosas por
papilomavírus) e infecções crônicas
debilitantes e potencialmente fatais (Aids, hepatite
B). Além disto, existe a possibilidade de
transmissão para os
parceiros sexuais e para outras pessoas por transfusão ou
contaminação com sangue (receptores de
derivados sanguíneos, usuários de drogas, profissionais
de saúde) ou vertical
(da mãe para o filho). A presença de
lesões genitais facilita a transmissão
do HIV e doenças como
a Aids,
herpes genital e condiloma acuminado ainda são
incuráveis.
O
corrimento uretral é a
saída de secreção purulenta pelo canal da
uretra masculina e geralmente está associado à
ardência para
urinar. Nas mulheres o corrimento
cervical é caracterizado pela
saída de secreção amarelo-esverdeada
através do canal vaginal,
muitas vezes com odor fétido, associada à dor durante a
relação
sexual por via vaginal. O exame especular com
visualização direta
do colo uterino é indispensável para a
confirmação do diagnóstico
e, principalmente, para a diferenciação entre o corrimento cervical
e o vaginal (que pode
não estar associado com doença
sexualmente
transmissível). Doenças como a Aids e a
hepatite B, embora
comumente sejam transmitidas através de relação
sexual,
não apresentam
manifestações genitais e podem permanecer
assintomáticas por longo
período de tempo
Doenças
sexualmente transmissíveis:
manifestações e
etiologias
-
Manifestações
|
Etiologias possíveis
|
Úlceras genitais
|
Sífilis,
herpes
genital, cancro-mole,
donovanose, linfogranuloma venéreo
|
Corrimento uretral ou cervical
|
Gonorréia, uretrite por
Chlamydia,
tricomoníase
|
Lesões verrucosas
|
Papilomavírus humano (HPV)
|
A
única forma 100% segura de prevenção é a
abstinência sexual. Para aqueles
viajantes que consideram a abstinência sexual
impraticável, está
recomendado o uso sistemático de preservativos, inclusive
durante
sexo oral. O uso correto de preservativos reduz significativamente o
risco de transmissão das doenças sexualmente
transmissíveis, com
exceção do herpes
genital. Todo
indivíduo que apresente lesão ulcerada em
genitália,
aumento dos gânglios inguinais, corrimento ou dor à
micção deve procurar
imediatamente assistência médica. Adicionalmente, é
desejável que os assintomáticos
que se expuseram a situações de risco de
aquisição doenças sexualmente
transmissíveis também
procurem
orientação
médica.
Doenças sexualmente transmissíveis => Medidas de
proteção
- O risco
de
aquisição
depende exclusivamente
do comportamento do viajante
- A abstinência sexual
é a única forma 100% segura de
prevenção.
- Certificar-se sobre a
necessidade de vacinação para a hepatite
B e HPV (papilomavírus),
únicas
destas doenças para a qual existem vacinas eficazes
disponíveis.
- O uso correto de
preservativos de látex reduz a chance
de transmissão das DST, com exceção do herpes
genital.
- Não praticar
turismo sexual.
- Evitar
relações sexuais com profissionais do sexo.
- Não ter
relações sexuais sob efeito de bebidas
alcoólicas ou drogas ilícitas, uma vez que o senso de
julgamento
fica prejudicado.
- Em caso de
aparecimento de qualquer lesão genital,
procurar imediatamente assistência médica.
- Procurar orientação médica caso tenha se exposto a
situações de risco de aquisição doenças sexualmente
transmissíveis, mesmo
se não apresentar qualquer manifestação
clínica.
- As vítimas de violência sexual devem procurar
assistência médica o mais rápidamente
possível (nas primeiras duas horas, preferencialmente), para
possibilitar o início de medidas profiláticas contra a
Aids, outras DST e gravidez.
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ponível
em
01/06/2010, 18:40 h.
©Cives
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